Meu caro jornalista, me
perdoe, talvez, o mau jeito ao te admoestar quando você incitava o povo contra
o Sargento Heleno da Polícia Militar do Amapá, aquele acusado de violentar o
próprio filho. Sim, usei o termo violentar, pois o termo estuprar não é
aplicável ao caso, vez que o estupro só se dá entre homem e mulher, isto é com
o intróito do penis intra vagen.
Nobérrimo jornalista, se me
permite superlativar, o Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito decretou o fim da
medida restritivas de liberdade do sargento, posto que, o acusado, como eu
dissera anteriormente, não estava preso nem em flagrante nem preventivamente, e
sim se encontrava recolhido às dependências do quartel por decisão da justiça,
atendendo a pedido da esposa do acusado que lhe imputava, também, o crime de
ameaça.
O Douto Magistrado, após
minudente exame das razões que lhe foram expostas e, ao tomar
conhecimento, dentre entras coisas, de que a esposa do requerente era dada a delírios
típicos de sua enfermidade mental e de que o fato em questão estava ligado à
suspensão por conta própria do medicamento controlado que lhe era administrado
por médico competente e pelos meios regulares, e não para dopá-la como a mesma acusara
o sargento, decidiu pelo fim da medida restritiva de liberdade por entender que
a acusação era fruto de uma mente delirante. O que não significa o fim do
processo, esse seguirá seu curso regular sem o açodamento antevisto inclusive
na conduta da representante do Conselho Tutelar, quando todos terão o direito
de se pronunciar.
A isso se chama caro repórter
de direito a ampla defesa e ao contraditório. O simples fato de uma pessoa
acusar outra não significa que seja culpada, não importa quem acuse. Não se
fere a dignidade de ninguém achando que pode remendá-la mais adiante. Isso não
funciona, caro jornalista!!!
Existem congêneres seus que
foram bastante cuidadosos ao noticiar tal fato, tais como o Delegado Ericlaudio
Alencar, apresentador do Rota 16.
Vale lembrar, também, dos jornalistas Paulo Silva e Domiciano Gomes,
apresentadores do programa Pauta Livre
da Rádio Transamérica FM, que foram, também, bastante parcimoniosos ao noticiar,
inclusive comentando que viam os fatos com bastante reserva, pelo que de
fantasioso, pois a praça onde, em tese, ocorreram os fatos, não é deserta como
se afirma??? Aprenda com eles meu caro repórter, pois a isso se chama
jornalismo.
Por falar em jornalismo, é
preocupante a quantidade de programas policiais que pipocam diariamente em
nossas emissoras de radio e televisão, nos quais, exceto uns poucos, não se
vislumbra o mínimo critério na apresentação da notícia e, sim, um
sensacionalismo de feira. Muitos daqueles que lá estão expostos não são
criminosos e, sim, apenas pessoas pobres que servem em sua maioria de matéria
de exploração para esses falsos noticiosos.
Me cansa ver a enxurrada de
caras novas armadas de crachá e microfones, ferindo de morte a língua portuguesa,
misturando advérbios de tempo, lugar e modo como se tudo isso fosse apenas
repolho e couve. Entretanto, essas caras novas não tem culpa e sim quem as usa,
elas são atraídas apenas pelo falso glamour de trabalhar nos meios de
comunicação de massa, mesmo que ganhando salários aviltantes.
Para finalizar meu caro
repórter, o Sargento Heleno, em razão de sua parcela de contribuição bastante substancial
no seu linchamento moral, tem medo de sair às ruas e ser atacado por este ou
aquele ouvinte seu mais afoito. Ah! Não me esqueci não, o senhor está sendo
gentilmente convidado a começar a juntar as penas.
By Douglas Martínez
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