quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

E AGORA J. JUNIOR, JUNTE AS PENAS!




Meu caro jornalista, me perdoe, talvez, o mau jeito ao te admoestar quando você incitava o povo contra o Sargento Heleno da Polícia Militar do Amapá, aquele acusado de violentar o próprio filho. Sim, usei o termo violentar, pois o termo estuprar não é aplicável ao caso, vez que o estupro só se dá entre homem e mulher, isto é com o intróito do penis intra vagen

Nobérrimo jornalista, se me permite superlativar, o Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito decretou o fim da medida restritivas de liberdade do sargento, posto que, o acusado, como eu dissera anteriormente, não estava preso nem em flagrante nem preventivamente, e sim se encontrava recolhido às dependências do quartel por decisão da justiça, atendendo a pedido da esposa do acusado que lhe imputava, também, o crime de ameaça.

O Douto Magistrado, após minudente  exame  das razões que lhe foram expostas e, ao tomar conhecimento, dentre entras coisas, de que a esposa do requerente era dada a delírios típicos de sua enfermidade mental e de que o fato em questão estava ligado à suspensão por conta própria do medicamento controlado que lhe era administrado por médico competente e pelos meios regulares, e não para dopá-la como a mesma acusara o sargento, decidiu pelo fim da medida restritiva de liberdade por entender que a acusação era fruto de uma mente delirante. O que não significa o fim do processo, esse seguirá seu curso regular sem o açodamento antevisto inclusive na conduta da representante do Conselho Tutelar, quando todos terão o direito de se pronunciar. 

A isso se chama caro repórter de direito a ampla defesa e ao contraditório. O simples fato de uma pessoa acusar outra não significa que seja culpada, não importa quem acuse. Não se fere a dignidade de ninguém achando que pode remendá-la mais adiante. Isso não funciona, caro jornalista!!! 

Existem congêneres seus que foram bastante cuidadosos ao noticiar tal fato, tais como o Delegado Ericlaudio Alencar, apresentador do Rota 16. Vale lembrar, também, dos jornalistas Paulo Silva e Domiciano Gomes, apresentadores do programa Pauta Livre da Rádio Transamérica FM, que foram, também, bastante parcimoniosos ao noticiar, inclusive comentando que viam os fatos com bastante reserva, pelo que de fantasioso, pois a praça onde, em tese, ocorreram os fatos, não é deserta como se afirma??? Aprenda com eles meu caro repórter, pois a isso se chama jornalismo.
Por falar em jornalismo, é preocupante a quantidade de programas policiais que pipocam diariamente em nossas emissoras de radio e televisão, nos quais, exceto uns poucos, não se vislumbra o mínimo critério na apresentação da notícia e, sim, um sensacionalismo de feira. Muitos daqueles que lá estão expostos não são criminosos e, sim, apenas pessoas pobres que servem em sua maioria de matéria de exploração para esses falsos noticiosos.
Me cansa ver a enxurrada de caras novas armadas de crachá e microfones, ferindo de morte a língua portuguesa, misturando advérbios de tempo, lugar e modo como se tudo isso fosse apenas repolho e couve. Entretanto, essas caras novas não tem culpa e sim quem as usa, elas são atraídas apenas pelo falso glamour de trabalhar nos meios de comunicação de massa, mesmo que ganhando salários aviltantes.
Para finalizar meu caro repórter, o Sargento Heleno, em razão de sua parcela de contribuição bastante substancial no seu linchamento moral, tem medo de sair às ruas e ser atacado por este ou aquele ouvinte seu mais afoito. Ah! Não me esqueci não, o senhor está sendo gentilmente convidado a começar a juntar as penas.
By Douglas Martínez

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