A democracia, como todas as
criações do pensamento humano, tem apenas uma falha de concepção: Quem irá aplicá-la?
Marx, revoltado com as
condições de desigualdade social que reinava em sua época, idealizou o comunismo. Todos
sabem no que deu!
Smith, com o boom da
mecanização no início da era industrial,
achava que a grande produção de capital, geraria riqueza para todos. Os patrões
ficariam mais ricos e teriam condições de oferecer melhores condições de
existência para o operariado e, assim, a Europa inteira sairia da miséria. O
que restou de tão nobre ideal? O capitalismo selvagem!
Quanto ao cristianismo,
desnecessário qualquer comentário pela beleza de sua essência. Aí então,
resolveram se organizar em grupos religiosos e, na defesa desses ideais
chegaram aos extremos de proibir o livre pensar humano sob pena de ser queimado
vivo.
O Homem, sempre o homem,
desvirtua os mais elevados ideais e destrói tudo em seu redor em razão do que
lhe seja conveniente. Para isso usa como arma a religião, o capital e as conveniências políticas.
Quando a democracia
despontou no Pórtico Pintado em sua beleza pura de criança neonata, imaginavam
os atenienses que a partir daquele momento as intolerância, o despotismo, as
desigualdades entre os homens haviam chegado a justo termo. Pobres filósofos,
nada mudou. Para uns cicuta, para outros o garrote vil, e para a maioria, por
ser mais espetacular, a fogueira!!
A democracia moderna,
preferível a qualquer outra forma de ideal político, chegou aos seus extremos.
Sustentamos uma classe de privilegiados que nos oferecem como contrapartida a
improbidade. Não podem ser sequer investigados, e quando tal acontece, tentam
impedir da forma mais ignóbil, como tentaram fazer com o Ministério Público
amapaense.
Nos moldes de Orwel, são mais iguaiszinhos do que outros diante da
lei. Tem até foro privilegiado e imunidade que deságua na impunidade, pois
normalmente as penas simbólicas que recebem, se julgados! Jamais prevê a
restituição integral dos bens criminosamente desviados do tesouro público.
São milhões e mais milhões,
o que denota uma cupidez jamais vista, contrastando com as cadeias
abarrotadas de ladrões de celulares Xing-ling. Miseráveis oriundos de favelas
insalubres, do analfabetismo congênito, de tragédias humanas das mais diversas
e desumanas que remontam a um processo de abolição irresponsável que lançou à
própria sorte verdadeiras hordas de homens sem advir.
Hoje pareço bastante amargo,
e estou. Não suporto mais a constância das notícias acera de desvios em vários
setores da vida pública, que sempre culminam com a falta de verbas para escolas,
saúde, moradias dignas e alimento, o mínimo que esses pobres brasileiro pobres desejam. Não querem
foie gras, lhes basta apenas feijão com arroz.
Pobre democracia, felizmente
ainda existem uns poucos homens capazes de te embalar no colo e de te acordar
desse sono profundo de criança natimorta, para que com teu vagido acordes as consciências
das massas adormecidas. Todavia, onde estão estes homens? Monstrem-me, quero prestar-lhes vassalagem!
By Douglas Martínez
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