terça-feira, 4 de dezembro de 2012

UM SEBOSO CIDADÃO.

UM SEBOSO CIDADÃO.


Um dias destes, passeava pela orla, pela altura do Bairro Santa Inez e vi um cidadão, chamá-lo-emos assim por educação, jogando uma carcaça de máquina de lavar roupas dentro do majestoso Rio Amazonas, dentre outros objetos menores não identificados. Acerquei-me do cidadão e lhe perguntei por que fazia aquilo, ao que me respondeu pedindo-me uma razão para não fazê-lo. Depois de algumas assertivas bastante surradas, porém verdadeiras, sobre consciência ecológica o cidadão retirou-se irritado.

Nesse mesmo dia, indignado com o que vira, conversava com um conhecido, jovem formando da cadeira de publicidade e marketing de afamada faculdade macapaense, e ao lhe narrar o fato, para minha surpresa, esposou a causa do   seboso cidadão citado anteriormente, dizendo que: “não era burro para acreditar que um rio imenso desses chegaria a se poluir por causa de algumas coisinhas nele atiradas”.

Quando pensei ter ouvido tudo, o jovem formando, empolgado em sua narrativa, continuou dizendo que: “ecologia era papo de índios vadios e ripongas viados que não queriam trabalhar a terra e buscar o desenvolvimento”. Querem mais!!! Defendeu a idéia da derrubada da floresta para exploração de madeira, após o que as áreas desmatadas seriam transformadas em pastos gerando empregos e alimentos e, finalizou afirmando que era contra a demarcação de terras indígenas e que estes deveriam ser assimilados pela civilização, e os resistentes a esse processo deveriam ser naturalmente eliminados.
Sei que vocês adorariam que eu postasse nessa crônica o nome desse brilhante acadêmico, não o farei porque isso de nada adiantaria, vez sabemos que eles são milhares e não se sobressaem em razão de ocultarem-se na covardia do anonimato.
Ah! Dirão alguns, não se preocupem! Isso não é comum! Não faz parte da índole do povo brasileiro. Temos que parar com essa mania de que somos o melhor povo do planeta incapazes de qualquer ato de maldade e lembrar que, antes de tudo, somo apenas humanos capazes de atos grandiosos e torpes. Devemos lembrar que esse tipo de pensamento é perigoso e se alastra como erva daninha, pois sempre haverá alguém seguindo o pensar de outro e, assim, para o bem ou para o mal nascem os líderes condutores de homens. 

O povo alemão, um dos mais civilizados do mundo, não se acreditava capaz de um ato de barbárie e no entanto seguiu Hitler até  o holocausto. Sem esquecer que Hitler não agiu sozinho, nem poderia, não podemos imputar-lhe toda a culpa, foi respaldado pela fina flor da juventude alemã, pela nata dos intelectuais e, também, pelo homem comum. 

Sempre que ouvimos tais casos, de forma preconceituosa, logo pensamos que essas coisas acontecem apenas entre os desaquinhoados cidadãos das periferias, que pela falta de infra-estrutura, amontoam seus resíduos sólidos em terrenos baldios e adjacências. Não é assim, antes que eu me esqueça, o seboso cidadão da máquina de lavar, além da pick-up de luxo que dirigia, estava bem vestido, era bem apessoado e muito bem falante. Portanto, nem pobre e nem da periferia, apenas bastante ignorante.

Por isso, junto com cuidado responsável que devemos ter com nossos rios e florestas, devemos cuidar também de nosso interior, da formação moral e intelectual de nossos filhos, colocando-os a salvo de qualquer idéia de cunho preconceituoso, pois são perigosas, são a fonte de todas as tragédias oriundas das misérias morais humanas. Devemos ensiná-los a conviver harmoniosamente com a natureza, com a diversidade étnica, comportamental e de tendência de qualquer. Pois, desde que com sua conduta você não afronte as lei, a liberdade e propriedade de seus semelhantes, você tem o direito de ser feliz.
By Douglas Martínez

4 comentários:

  1. Graziela Rezende



    Uma idosa de 81 anos, proprietária de uma Fazenda em Paranhos, cidade distante a 469 quilômetros da Capital, compareceu a Polícia Civil na manhã de ontem (10) para dizer que a sua casa havia sido invadida por cerca de cem famílias indígenas, utilizando inclusive a sede e os animais do local.

    A vítima disse ainda que é a segunda vez que a sua propriedade é invadida. Da primeira vez, há dez anos, a invasão só foi controlada com o apoio da Polícia Federal e da Funai (Fundação Nacional do Indío).

    O caso foi registrado como Esbulho Possessório, já que a propriedade é particular.

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  2. Darcy
    É impossível nos isolarmos do mercado mundial, que nos viabiliza economicamente. Mas se é impossível o isolamento, é pelo menos suicida a postura dos que querem continuar regidos tão rigidamente pelo mercado internacional, que torna inalcançável uma prosperidade generalizável a todos os brasileiros.
    O desafio que enfrentamos é, pois, o de conquistar uma nova forma de intercâmbio internacional, (que não seja tão onerosa para nós. Isto importa em reordenar as forças produtivas para que elas atendam primacialmente às necessidades nacionais de prover nutrição, assistência, moradia, educação a toda a população, e à necessidade, também imperativa, de produzir divisas para atuarmos dentro do mercado mundial, comprando tecnologias.
    Queremos, do capitalismo, o que ele deu à América do Norte ou à Austrália, por exemplo, como economias situadas no mercado mas sabendo tirar dele proveitos próprios. Nenhuma outra nação conseguiu tanto quanto eles e, provavelmente, só o Brasil tem condições de repetir a façanha, graças à nossa disponibilidade de recursos naturais, de terras agriculturáveis e de mão-de-obra qualificada
    obra qualificada. A tarefa deles foi bem mais simples que a nossa, porque são meros transplantes sensaborões (Europa, que limparam o seu território dos nativos e reconstituíram a paisagem de onde vieram. No nosso caso, trata-se ele criar um Povo Novo pela fusão de matrizes muito diferenciadas, que dará lugar a tini novo gênero de sociedade.

    Nossas potencialidades vêm sendo coactadas, de um lado, pela armadilha em que caímos ao aceitar formas de intercâmbio internacional que nos empobrecem. Isso era inevitável, porque partimos da condição de um proletariado externo, cuja mão-de-obra não existia para si mas para produzir gêneros exportáveis, Nossas classes dominantes só sabiam mesmo fazer isso, porque eram, de fato, representantes locais cio mercado internacional. De outro lado, vem sendo coactadas pelo monopólio da terra e sua conseqüência principal, que foi urbanização caótica, devida ao translado de 100 milhões de brasileiros para a vida famélica das cidades. Essa massa humana, que é a parte substancial de nosso povo, jamais terá acesso aos bens da civilização enquanto nossa economia estiver enquadrada nas diretrizes que as elites nos impõem.

    Causas e Culpas

    Vivemos, nós brasileiros, uma conjuntura trágica. 0 próprio destino nacional está em causa e é objeto de preocupação da cidadania mais lúcida e responsável. O aspecto mais grave e inquietante da crise que atravessamos é de natureza política. Frente a ela, as diretrizes econômicas, postas em prática por sucessivos governos, se caracterizam por uma incrível teimosia na manutenção de uma institucionalidade fundiária que condena o povo ao desemprego e à fome, pela mais crua insensibilidade social, por um servilismo vexatório diante de interesses alheios e pela mais irresponsável predisposição a alienar as principais peças constitutivas do patrimônio nacional.A Realidade brasileira agora é outra caro escritor, embora triste seja o caminho, hoje defender índios e a política da FUNAI é pura hipocrisia.

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  3. Deyse Alves
    Negar terras para índio não tem nada a ver com preconceito.
    Acho errado ter devolvido as terras aos índios, pois os mesmos já possuem terras e não produzem nada, ainda quer mais terra pra que?, pra ficar ociosa?. Pelo menos os fazendeiros estavam produzindo e oferecendo empregos, eles (os fazendeiros) deviam ser fiscalizados e receber ajuda para melhorar a politica de empregos e legalizando os funcionários. Aqueles que tivessem com a terra ociosa deveriam ser obrigados a produzir ou do contrário oferecer a terra à trabalhadores disposto a ser um “PRODUTOR DE QUALIDADE”, gerando renda e empregos. O plano de ACM foi audacioso, mas a visão que Ele teve, infelizmente foi deturpada. O orgão que voltou atrás e tomou a decisão de devolver as terras deveria era ter caminhado pra frente e traçar planos e metas para tornar as terras ainda mais produtivas ao invés de devolver a índios que não fazem nada. Eles são muito espertos e não ajudam a população em nada.

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  4. Luiz Armando Costa
    As terras indígenas já ocupam 13,2% da área total do país. Isto é quase metade de toda a área utilizada pelos agropecuaristas para produzir alimentos e que de janeiro a setembro deste ano representaram US$ 71,2 bilhões das exportações brasileiras. E como se sabe, índio não produz nada. Aliás, produz sim, muita maconha, como se conhece que acontece em algumas aldeias. Não se está defendendo que se acabe com as reservas mas que dêem a ela a dimensão exata. O Brasil é de todos 190 milhões de brasileiros, dentre eles os índios e os mais de 5 milhões de proprietários rurais.

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